quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Relacionamento Amoroso

É um pouco complexo fazer uma análise do relacionamento amoroso entre duas pessoas, pois ao longo da modernidade aconteceram mudanças no amor, no casamento e na sexualidade que transformaram a intimidade e a vida pessoal dos indivíduos. Tais mudanças foram influenciadas pela revolução sexual e a emancipação feminina.
Segundo sociólogo Anthony Giddens em “A transformação da Intimidade” (1993), as novas formas de relacionamento que resultaram dessas mudanças têm como base a igualdade e os princípios democráticos. Para apreender essa realidade atual, Giddens lança mão de três categorias básicas que influenciam no relacionamento: amor confluente, a sexualidade plástica e o relacionamento puro.

“Amor confluente”: não se pauta pelas identificações projetivas e fantasias de completude, porque é mais real que o amor romântico. Propicia igualdade na relação nas trocas afetivas e no envolvimento emocional. O amor confluente introduz o erotismo no cerne do relacionamento conjugal e transforma a realização do prazer recíproco em um elemento-chave na manutenção ou dissolução do relacionamento. Desenvolve-se como um ideal em uma sociedade onde quase todos têm a oportunidade de se tornarem sexualmente realizados. O “amor confluente” não é necessariamente monogâmico nem heterossexual.

“Sexualidade plástica”: tem origem na tendência à redução da família, porque é uma sexualidade descentralizada liberta das necessidades de reprodução.  Desenvolveu-se com a difusão da contracepção moderna e das novas tecnologias reprodutivas.A “sexualidade plástica” é fundamental para a emancipação implícita no “relacionamento puro” e na reivindicação da mulher ao prazer sexual.

“Relacionamento puro”: esse tipo de relacionamento é centrado na confiança, na intimidade e, acima de tudo, no compromisso. Ele é desenvolvido a partir de uma história compartilhada em que cada um deve proporcionar ao outro algum tipo de garantia de que o relacionamento será mantido por um período indefinido, sem a idéia de casamento como uma “condição natural” onde a durabilidade pode ser assumida como certa, salvo em algumas circunstâncias extremas. Sua característica principal é que ele pode ser terminado em qualquer época e por qualquer um dos parceiros. No “relacionamento puro” o que importa é a própria relação, e sua continuidade irá depender do nível de satisfação que cada uma das partes pode usufruir a mesma. 

Segundo Giddens, o “relacionamento puro” pode ter suas origens na ascensão do amor romântico, que cria a possibilidade de estabelecer um vínculo emocional durável. O amor romântico supõe uma igualdade de envolvimento emocional entre duas pessoas, porém, as mulheres foram prejudicadas em seus ideais por se envolverem muito mais emocionalmente que os homens, levando-as a uma severa sujeição domestica, que ajudou a colocar as mulheres “em seu lugar” (o lar), reforçando o “machismo” ativo e radical da sociedade moderna. Com a emancipação sexual e autonomia da mulher os ideais do amor romântico começaram a se fragmentar que provocou o declínio do controle sexual dos machos sobre as mulheres, promovendo uma intimidade com uma negociação transacional de vínculos pessoais, estabelecida por iguais. “A intimidade implica uma total democratização do domínio interpessoal, de uma maneira plenamente compatível com a democracia na esfera pública” (Giddens, 1990, p.11).

Em um casamento que tem por base a “democratização das relações pessoais”, a intimidade tende a se restaurar com base em novos valores, entre os quais a amizade e o companheirismo se colocam fundamentais, facilitando uma constante negociação no relacionamento. Para Giddens, a intimidade é acima de tudo uma questão de comunicação pessoal, com os outros e consigo mesmo, em um contexto de igualdade interpessoal.

É importante enfatizarmos que as conquistas que ocorreram no casamento, foram promovidas pelas mulheres e pelos homens que vêm construindo relações amorosas e sexuais mais democráticas e igualitárias dentro ou fora do casamento. Permitindo com isso o surgimento de outras formas de relacionamento amoroso, tanto no contexto heterossexual quanto fora dele. O casamento formal, heterossexual, jamais deixará de existir porque a constituição da família continua sendo uma referência e tem um valor importante, mesmo existindo outras formas de relacionamento conjugal como as uniões consensuais, os casamentos sem filhos ou sem coabitação, e também as uniões homossexuais.

Podemos concluir que as transformações dos valores morais, das mentalidades ou mesmo da intimidade, irão sempre interferir nas relações amorosas, que por sua vez, faz surgir uma sociedade cada vez mais flexível para acolher essas transformações.



FONTE:
Jorge Garcia
Psicanalista e membro da Igreja Cristã Contemporânea
Postado 26/1/2011 em www.igrejacontemporanea.com.br 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Casamento gay tem tudo para ser arpovado no Brasil em fevereiro. Entenda tudo aqui


Ayres pediu levantamento nacional de uniões civis
Ayres pediu levantamento
nacional de uniões civis
De forma discreta, quase silenciosa, tramita no Supremo Tribunal Federal, o órgão máximo do poder judiciário brasileiro, um processo movido pelo governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral que pede mudanças na lei do casamento para que homossexuais também possam se casar judicialmente. O pedido do governador foi feito em 2008 e é simples: ele pede que os funcionários homossexuais do Estado do Rio possam se casar para que lhes sejam equiparados direitos dados a casais heterossexuais (pensão, previdência, auxílio moradia, financiamentos especiais...).

Ao propor tal processo, Sergio Cabral sabia que caso o Supremo aprovasse seu pedido, automaticamente TODOS os brasileiros gozariam da decisão, já que decisões do Supremo são válidas para todo território nacional sem possibilidade de recurso. O pedido está em fase final de conclusão e será votado em plenário no mês de fevereiro. E, melhor de tudo, a chance de ele ser aprovado é enorme.

Tudo muito bem explicadinhoO relator do processo é o ministro Carlos Ayres Britto. Ele está finalizando sua justificativa, que terá 32 páginas, sobre o assunto, em suas férias. Sua justificativa será apresentada aos outros ministros do Supremo em fevereiro próximo, assim que as férias da Corte terminar. O texto do Ministro deve ser FAVORÁVEL ao casamento gay. É esta informação que corre nos corredores do Supremo. Se essa informação se confirmar, no texto que o ministro redige atualmente ele irá expor os motivos pelos quais acredita que o casamento gay deva ser permitido no Brasil.

É o voto dos outros ministros que decidirá se o casamento passará a ser permitido ou não no país _o voto do Ministro Carlos vale tanto quanto cada um dos outros votantes. Ok, mas vários dos outros dez ministros do Supremo já se posicionaram a favor da matéria em outras ocasiões, como a Ministra Ellen Grace. Além disso, o próprio Ministro Carlos Ayres Britto, conhecido por sua discrição, deixou sub-entendido que o casamento tem grandes chances de ser aprovado no Supremo, já que em decisões recentes e isoladas o Tribunal sinalizou ser favorável à causa. "É um caso em que não tenho prognóstico. Quem sabe teremos uma bela surpresa?”, disse Carlos sobre o assunto.

É práxis entre os Ministros não darem entrevistas sobre processos ainda não votados, como é o caso. O que Carlos diz com essa frase faz alusão a dezenas de Tribunais regionais de primeira e segunda instância espalhados pelo país que já permitiram que homossexuais se casassem. Há decisões do tipo em praticamente todos os estados do Brasil, em especial nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Essas decisões todas são levadas em conta na decisão dos Ministros do Supremo.

Carlos Ayres Britto disse ainda que “se a tese _do casamento gay_ for consagrada, pega todo mundo”. Isso significa que caso o STF julgue procedente o pedido do governador do Rio de Janeiro, eu, você e todos nós poderemos nos casar.

Presidência a favorNos bastidores do Supremo a aposta é que a maioria dos ministros siga esse entendimento. E tem mais: o Planalto deu um jeitinho de mostrar-se favorável ao tema: a Advocacia Geral da União, que é montada pela presidência, encaminhou parecer ao STF defendendo a posição do governo FAVORÁVEL ao reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo. O texto oficial enviado pelo Planalto aos Ministros lembra que a Constituição protege a dignidade da pessoa humana, a privacidade, a intimidade, e proíbe qualquer forma de discriminação. O texto foi enviado em 2009, com Lula presidente. Mas o parecer da AGU que defende a união gay não foi recolhida pela nova direção da Advocacia Geral da União, agora sob comando de Dilma.

Vale lembrar, ainda, que o Supremo Tribunal Federal não cede à pressão de nenhuma corrente pública _nem de evangélicos, nem de católicos, nem de grupos gays. As decisões da Corte são técnicas e constitucionais. Isso significa que os grupos contrários ao casamento gay podem espernear a vontade, de nada adiantará.

FONTE: www.mixbrasil.uol.com.br

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dorian Gray Finalmente Chega aos Cinemas Brasileiros

Colin é Henry e Barnes é Dorian Gray
Baseado na obra de Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray ganha data de estreia no Brasil.
Depois de um ano e meio de sua estreia nos Estados Unidos e Europa, finalmente chega aos cinemas brasileiros em março “O Retrato de Dorian Gray” (Albert Lewin, 2009), que já foi exibido no País, mas fora do circuito comercial, no Festival do Rio 2010. O longa baseado na obra do escritor homossexual Oscar Wilde (1854-1900) tem os gatos Ben Barnes como Dorian Gray e Colin Fith (que fez “Direito de Amar”, de Tom Ford) como Henry Wotton.

São 112 minutos sobre a história de um dos personagens mais estetas da literatura mundial que, em troca de ser sempre belo, faz um pacto onde quem envelhece é o quadro que um amigo pintou com seu retrato. E é claro que vai rolar beijo gay na telona, afinal, é uma obra de Oscar Wilde, preso por “sodomia” em sua época.

FONTE: http://mixbrasil.uol.com.br

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Reverendo Arthur Cavalcante é o novo secretário geral da IEAB

Revdo. Arthur Cavalcante
Revdo. Arthur Cavalcante


Após um processo intenso de consultas entre bispos, Presidência da Câmara de Clérigos e Leigos e outras instâncias da liderança da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), o bispo Primaz, Dom Mauricio Andrade anunciou na última sexta-feira, 7 de janeiro, o nome do Revdo. Arthur Cavalcante, da diocese Anglicana de São Paulo, para ocupar o cargo de Secretário Geral.

A substituição do Revdo. Cônego Francisco de Assis, que foi o Secretário Geral da IEAB por quatro anos, se dá em razão de sua eleição para ser bispo coadjutor da diocese Sul Ocidental. O revdo Arthur é graduado em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Caruaru – FOC (1997) e Bacharel em Teologia no Seminário Anglicano de Estudos Teológicos – SAET (2002). Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo-UMESP (2010). Bolsista CAPES 2008-2009. Tem experiência em odontologia, com ênfase em Clínica Geral. Foi Secretário Executivo da Diocese Anglicana do Recife (DAR) 2002-2003. Atuou como professor das disciplinas de Liturgia I e II no SAET, Recife.
Atualmente, é Reitor da Paróquia da Santíssima Trindade, Diocese Anglicana de São Paulo, desde 2005. Membro do Comitê de Acompanhamento Comunitário de São Paulo (CAC) para Busca pela Vacina contra o vírus do HIV/AIDS desde 2007. Membro da Comissão Nacional de Liturgia da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil desde 2006. Integrante do GT Religiões – HIV/AIDS do Estado de São Paulo desde 2006.
Além disso, é membro do Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs de São Paulo (MOFIC) desde 2006 e membro associado do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEP) desde 2009. Também desenvolve atividades como professor do Instituto Anglicano de Estudos Teológicos (IAET) desde 2004; professor visitante do SAET/Recife (EAD) desde 2010 e contribui na assessoria do grupo Católicas Pelo Direito de Decidir (CDC/SP) desde 2009.
Estabelece nos seus trabalhos e pesquisas diálogo entre Direitos Humanos e Religião, atuando principalmente nos seguintes temas: Religião, Ecumenismo, Secularização, Modernidade, Diversidade Sexual e HIV/AIDS. LINHA DE PESQUISA: RELIGIÃO, SOCIEDADE E CULTURA.

                                                                                                              FONTE: http://dar.ieab.org.br

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Supremo Tribunal Federal e o Casamento Gay

Ministro do Supremo deve dar parecer favorável em processo que pede a aprovação da união gay
O ministro do STF Carlos Ayres Britto é relator de um processo movido pelo governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, relativo ao casamento gay. Sergio pede no processo que o casamento gay seja validado no Brasil, equiparado em nível judicial ao casamento hétero. O processo corre há pouco mais de um ano no STF, a instância máxima do pode judiciário e, claro, gerará discussões profundas antes de ser votado.


O lado bom é que o STF é pouco sensível à opinião pública, já que toma suas decisões baseadas na Constituição e não no ardor popular. O ministro relator Carlos Britto está debruçado no processo, mesmo em férias, já que seu parecer deve ser entregue em fevereiro. Seu texto está quase pronto, e é dada como certo que seu relatório será favorável ao pedido. Isso é: o ministro deve sugerir que os seus companheiros de corte aprovem o casamento gay no Brasil.

                                                                                                    Fonte: http://mixbrasil.uol.com.br/