segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

NÃO A NORDESTINOFOBIA!

                                                                                                                                                                    Jornalista Dermi Azevedo
Dermi Azevedo A rejeição às pessoas oriundas de outras regiões e países simplesmente pelo fato de seu constante ir e vir, é um dos traços mais vergonhosos entre tantos outros, tanto no Brasil, quanto noutros países, como é o caso da França e da Itália. Os fatos cotidianos de preconceito e discriminação ultrapassam as fronteiras brasileiras. Na Europa, um dos berços do que seriam chamados depois de Direitos Humanos, os ciganos são tratados como párias e a chamada limpeza social é praticada, paradoxalmente, em nome da civilização ocidental e cristã. No Brasil, a realidade predominante é de uma democracia inter-étnica puramente de fachada.

Apesar de tantas leis anti-discriminatórias, a prática indica um total desrespeito e impunidade nesse e em outros aspectos. A Lei Maria da Penha, que coíbe a violência contra as mulheres, chegou a ser desrespeitada por um magistrado, enquanto os noticiários apresentam diariamente o triste espetáculo de vidas ceifadas precocemente pela violência. A homofobia alastra-se, no contexto geral de violência simbólica e de banalização do mal como diria Hannah Arendt.  O anti-nordestinismo tem raízes profundas que têm a ver com a perda da hegemonia econômica do nordeste, que já constituiu a mais sólida economia nacional, perdida, depois, para outros pólos econômicos, entre os quais a região sudeste do país. O regime das capitanias hereditárias acabou gerando toda uma legião de latifundiários entre os quais muitos senhores de escravos. Muitos dos “democratas” de hoje tiveram antecessores escravagistas. As levas crescentes de migrantes nordestinos para o sudeste, motivaram o ódio dos moradores do sudeste principalmente, sobre o argumento de que os nordestinos “tomaram os seu lugares” na cruel competição pelo acesso ao mercado de trabalho. Os nordestinos, tratados como bodes expiatórios, passaram a ser considerados como inimigos internos. Diante dessa caracterização mentirosa, as lideranças nordestinas em São Paulo, no Rio de Janeiro, nas capitais do Sul e até mesmo no Nordeste passaram a ser hostilizadas de um modo cruel e desumano.

nordestinofobia

Essa rejeição ao povo nordestino acontece de várias formas: o interlocutor “bonzinho” trata o homem e a mulher nordestinos como se eles fossem recém saídos do jardim de infância. “Vocês são tão bonzinhos”, sic; “coitadinhos”. Vocês poderiam ter ficado nas suas terras e não ter vindo passar por tantas dificuldades. Já os nordestinofóbicos radicais praticam todo tipo de violência simbólica e real. Essa violência manifesta-se, por exemplo, na linguagem cotidiana, sendo incluída, por exemplo, na gíria costumeira e popular. O tijolo com quatro buracos é chamado de “tijolo baiano”, isto porque “não tem miolo”. Outro dia tomei um taxi e a primeira pergunta que o motorista me fez foi “de onde você é?”. Respondi: “sou brasileiro do Rio grande do Norte. E o senhor de onde veio?”. E ele me respondeu: “vim do Paraná”. Eu então repliquei: “o senhor está vendo como nosso país é bonito e diversificado? Ocupa um imenso território habitado por diversas etnias e povos, mantendo a mesma unidade na diversidade”. Então completei: “o senhor veja o exemplo de São Paulo, apesar de ser uma das maiores cidades do mundo, continua a receber de braços abertos novos migrantes”. Finalmente sugeri ao taxista, que lesse a Constituição Brasileira e pensasse bem nos compromissos democráticos e republicanos nela contidos. Legalmente, a prática do racismo, da discriminação e do preconceito é considerada como um dos mais graves crimes na nossa legislação.


Só existe uma maneira de combater e acabar com a nordestinofobia: seguimentos mais dinâmicos da sociedade civil devem priorizar seus esforços no sentido de denunciar os casos de que tem conhecimento e de lutar contra a impunidade de seus autores. Outro imenso desafio cabe aos próprios nordestinos: primeiro é de adotarem uma postura crítica de auto-estima, de afirmação da sua própria personalidade, em todos os espaços possíveis: igrejas, sindicatos, movimentos sindicais, partidos políticos, entre outros. O segundo é o de unir esforços com outros movimentos sociais, de forma competente e efetiva, para exigir a aplicação das leis nesse e em outros casos. É também de se esperar uma postura proativa da presidente Dilma Rousseff. A região do nordeste votou em peso na Dilma justamente pela esperança gerada pelo governo Lula no sentido de consolidar os programas sociais da administração federal.


Não podemos, porém, ter a ilusão de que o Brasil se transformará numa democracia racial e interativa. A mesma discriminação que atinge os nordestinos em são Paulo é aplicada também contra os excluídos de forma geral (favelados, sem teto, sem terra. O próprio peso demográfico da nordestinidade em São Paulo permitirá que essa onda seja contida. É o que acontece, por exemplo, nos Estados Unidos, onde a população hispânica começa a se tornar majoritária, provocando mudanças no comportamento típico dos norte americanos com relação a etnias e povos diferentes.


Enfim, nenhuma pessoa pode dizer-se consciente ou politicamente correta se não enfrentar e vencer as atitudes típicas dos preconceituosos. Cristianismo e discriminação são antagônicos em gênero, número e grau.


* Dermi Azevedo é jornalista, cientísta político, articulador da Desmond Tutu e membro da Paróquia da Santíssima Trindade. Email: dermi508@gmail.com

Abaixo-assinado quer impedir que igrejas interfiram nas leis

Projeto que permite a igrejas interferirem no Estado enfrenta abaixo-assinado contrário

Um abaixo-assinado está sendo organizado pela internet para tentar barrar a Proposta de Emenda à Constituição 99 de 2011, de autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO), que dá às instituições religiosas o direito a interferir em decisões judiciais, inclusive as do Supremo Tribunal Federal (STF), declarando-as inconstitucionais ou constitucionais, válidas ou não. Para assinar é só clicar aqui.

A PEC recebeu nada menos do que 186 assinaturas de apoio de deputados para poder tramitar na Câmara. A proposta da bancada evangélica chegou no dia 7 de dezembro à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa para ser apreciada em plenário e conta com relatoria do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG).

A Ementa da PEC 99/11 versa que caso o texto seja aprovado ele “Acrescenta ao art. 103, da Constituição Federal, o inciso X, que dispõe sobre a capacidade postulatória das Associações Religiosas para propor ação de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos, perante a Constituição Federal”.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dia Mundial de Luta Contra a Aids 2011

Em 1º de dezembro, comemora-se o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. E a campanha deste ano dará enfoque nos jovens gays de 15 a 24 anos das classes C, D e E. A ação busca discutir as questões relacionadas à vulnerabilidade ao HIV/aids, na população prioritária, sob o ponto de vista do estigma e do preconceito. Além disso, a ideia é estimular a reflexão sobre a falsa impressão de que a aids afeta apenas o outro, distante da percepção de que todos estamos vulneráveis.

Públicos secundários: profissionais de saúde, gestores, profissionais da área de educação e comunidade escolar.

Mídias sugeridas: TV, rádio, internet, cartazes, fôlderes e mobiliários urbanos
Mais informações sobre especificação de materiais para licitação devem ser solicitadas por meio do e-mail: publicidade@aids.gov.br.

FONTE: http://www.aids.gov.br/

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

STJ aprova, em decisão inédita no país, casamento civil entre duas mulheres

BRASÍLIA - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou nesta terça-feira o casamento civil entre duas mulheres gaúchas que vivem juntas há cinco anos, em união homoafetiva. A decisão foi tomada pela Quarta Turma do tribunal, por quatro votos a um. Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu legalmente a união estável entre pessoas do mesmo sexo . Com esta decisão, os mesmos direitos da união estável entre casais heterossexuais passaram a ser aplicados aos casais homossexuais. A decisão do STJ, no entanto, vai além e abre precedente na Justiça para que casais do mesmo sexo registrem a união civil e retirem a certidão de casamento no cartório. 


- Se é verdade que o casamento civil melhor protege a família e sendo múltiplos os arranjos familiares, não há de se discriminar qualquer família que dele optar, uma vez que as famílias constituídas por casais homossexuais possuem o mesmo núcleo axiológico das famílias formadas por casais heterossexuais - disse o ministro Luís Felipe Salomão. 

Antes da decisão do STF, as gaúchas quiseram registrar o casamento em cartório e, diante da recusa, entraram na Justiça. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul negou o pedido e elas recorreram ao STJ. Lembraram que, se não existe impedimento legal para o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não haveria como proibí-lo. Os nomes das mulheres são mantidos em sigilo porque a ação tramita em segredo de Justiça. 

A decisão do STF abriu espaço para a transformação da união estável entre pessoas do mesmo sexo em casamento, como já ocorre com uniões entre pessoas de sexos opostos. No entanto, alguns cartórios se recusam a fazer a conversão. A decisão do STJ é aplicada apenas ao caso específico julgado. No entanto, pode servir de parâmetro para outras decisões judiciais ou mesmo para os cartórios que se recusarem a registrar o casamento de gays. 

Fonte: http://oglobo.globo.com


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Subalternidades e Silenciamentos na Sociedade: A Luta pela Visibilidade do Segmento LGBT


Por Cleyton Feitosa Pereira

A democracia defendida na constituição brasileira ainda padece de muitos avanços no que concerne à sua efetivação na concretude. Não só pelas pessoas e suas práticas que compõem a sociedade, mas também pelo próprio Estado que teoricamente apresenta uma das mais belas legislações do mundo. Teoricamente porque em seus ditames legais coíbe práticas discriminatórias, sobretudo de raça: herança do período escravocrata, que resultou numa enorme segregação entre brancos e negros, definindo assim, uma hierarquia de classes através da cor dos sujeitos.

Na intenção de dizimar com essa desigualdade (e através da luta e pressão dos movimentos populares negros) nosso Estado sanciona leis anti-racistas, estimula a entrada de sujeitos negros nas universidades e faculdades brasileiras através dos sistemas de cotas e inclui no currículo escolar estudos culturais afro-brasileiros que valorizam a identidade dos milhões de negros e negras de nossa nação. Os esforços contra o racismo no Brasil ganharam força e muitos adeptos, para além dos esforços e luta do Movimento negro, pela reflexão lógica de que é absurdo e irracional julgar qualquer pessoa por sua cor de pele, pois além de infundado, esse preconceito esbarra no pensamento das pessoas ao refletirem que não se tem culpa de nascer negro ou branco.

No entanto, gay é outra história. Para muitas pessoas, sobretudo conservadoras e fundamentalistas religiosas, o sujeito gay nada mais é que a escória do mundo. Trata-se de um ser imoral, sem vergonha que vem cotidianamente desafiar os bons costumes e a normalidade. Muitos sequer sabem que existem diversas identidades sexuais como a identidade lésbica, gay, bissexual, transexual e travesti, além da própria heterossexual, aliás, muitos desconhecem o termo heterossexual, pois para essas pessoas o certo é mulher gostar de homem e vice-versa numa visão binarista, dicotômica e reducionista das coisas. Desconhecem as identidades.

Qualquer coisa, além disso é pecado, afinal “Deus” fez Adão e Eva, não Adão e Ivo. São argumentos comuns no nosso dia-a-dia que refletem o fracasso da escola, enquanto instituição formadora de cidadãos críticos e reflexivos, além da omissão do Estado no que diz respeito à políticas públicas de inclusão do sujeito homossexual, falta de campanhas, falta de leis de proteção a esse sujeito, falta de tudo. O que resulta numa “subcidadania, a menos acessos a direitos e menos novos direitos públicos” (PRADO e MACHADO, 2008, p. 24).

Toda esta opressão é apontada por estes estudiosos como algo necessário para a manutenção de uma sociedade de classes, hierárquica e desigual, o que nos remonta à teoria de Marx e sua luta de classes. A luta pela emancipação homossexual no Brasil tem início a partir dos anos 70 através das idéias liberais dos países do norte: local de exílio de muitos críticos da ditadura militar. A partir daí, surgem organizações, grupos, periódicos e artistas que põem em evidência o debate sobre homossexualidade e liberdade sexual no Brasil. Timidamente, é verdade, mas para tudo é preciso de um começo. Naquela época, qualquer orientação sexual que divergisse do padrão heterossexual era considerada doença, o que só foi retirado da lista de patologias pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na década de 90, fruto de lutas do Movimento LGBT.

E quem quer ser taxado de doente? O fato é que a homossexualidade e todas as outras orientações sexuais e identidades de gênero foram silenciadas e subalternizadas por muito tempo na história do ser humano, validadas pela Ciência Moderna, inclusive, como já foi dita através da Medicina e outras áreas do conhecimento. Essa subalternidade e silenciamento provocaram na comunidade LGBT à necessidade de se organizarem, aparecer e serem vistos na sociedade como seres que existem e que são tão normais e saudáveis como qualquer pessoa, ou seja, trata-se de uma luta, paralelo a muitas outras questões, por visibilidade. Não por outro motivo, a luta de homossexuais tornou-se uma luta pela visibilidade, pois é a resposta mais adequada a uma subalternidade que se constrói ao se tornar invisível. Não falamos desta invisibilidade, pois ela está fora do âmbito da objetivação social hegemônica ao mesmo tempo em que a mantém como superior. Ou seja, um elemento intrínseco ao preconceito sexual é a prática do silêncio e da dissimulação (PRADO e MACHADO, 2008, p. 25).

Essa luta por visibilidade tem se espalhado por diversos setores e instituições sociais e políticos como a mídia, através das telenovelas , programas televisivos , rádio e internet, publicidade e propaganda , hospitais e seus programas preventivos, consultivos e de tratamento, além da educação, pois “escola, currículos, educadoras e educadores não conseguem se situar fora dessa história” (LOURO, 2001, p. 542), entre outros.

O debate do Movimento LGBT tem levantado discussões acaloradas no Congresso Nacional, onde de um lado, um grupo considerado progressista, apoia a luta dos Movimentos Sociais de luta por liberdade sexual e sua pauta de reivindicações e de outro, um grupo oposicionista, conservador, reacionário luta pela manutenção do status quo na sociedade, defendendo a idéia de que as coisas estão certas do jeito que estão sem falar nos grupos religiosos cristãos que consideram a homossexualidade um pecado, condenado pelo livro sagrado cristão, a bíblia, e que por isso deve ser decepado toda e qualquer proposta que venha a favorecer essa minoria social.

Portanto, essa visibilidade não só conquista novas territorialidades como também enfrenta resistências, pois se trata de um questionamento e afrontamento ao poder hegemônico estabelecido na sociedade. Segundo Guacira Lopes Louro “as chamadas minorias sociais estão muito mais visíveis e, consequentemente, torna-se mais explícita e acirrada a luta entre elas e os grupos conservadores” (2001, p. 542). De todo modo, os homossexuais se constituem por aquilo que Paulo Freire chamou de sujeitos oprimidos (1986) em sua obra Pedagogia do Oprimido. E somente através do fortalecimento de sua organização é que conquistarão novos direitos, mais respeito, mais cidadania e justiça para com sua dignidade humana.

A visibilidade destes homens e mulheres na sociedade configura-se como uma das estratégias de luta e para isso, esse grupo tem se valido de ações como as paradas do orgulho gay, marchas contra a homofobia, passeatas em protesto contra a morte ou ataque de algum sujeito LGBT, beijaços em locais onde aconteceu alguma discriminação ou contra alguma pessoa como, por exemplo, o papa Bento XVI na Europa ou num shopping ou na avenida de São Paulo. Essas ações pouco ou nada têm de violentas a não ser que ver algum casal apaixonado de pessoas do mesmo sexo se beijando numa avenida movimentada seja considerado um insulto.

O início do texto serve para nos lembrar que antes era comum e natural discriminar pessoas negras. Hoje é inaceitável e não há nenhuma justificativa para que tal prática aconteça (inclusive utilizar o nome de Deus ou a bíblia para tal). Hoje lutamos para o fim da discriminação contra sujeitos pertencentes à classe LGBT, prática ainda comum para algumas pessoas. Tomara que a história do ser humano mostre a alguns anos que isto também era uma limitação da humanidade que foi superada e que também seja considerada absurda. Esse tempo certamente não virá sem luta, desafios e resistências.

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA PRADO, Marcos Aurélio Máximo; MACHADO, Frederico Viana. Preconceito contra homossexualidades: A hierarquia da invisibilidade. São Paulo: Cortez, 2008. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. LOURO, Guacira Lopes. Teoria Queer – Uma Política Pós-Identitária Para a Educação. In: http://www.scielo.br/pdf/ref/v9n2/8639.pdf. Acesso em: 11/03/2011.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Igreja Presbiteriana dos EUA ordenará 1º pastor abertamente gay

A Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos recebeu de volta um pastor que teve de renunciar ao cargo por ser gay, segundo informações da agência de notícias Associated Press.

Após 20 anos de afastamento, Scott Anderson foi novamente ordenado neste sábado (8) em sua casa em Madison, Wisconsin.

"Quem conhece Scott vê seu extraordinário dom de ministério, a sua capacidade de pregar a palavra, sua compaixão, sua humildade", disse Jennifer Sauer, 41 anos, que frequentava a igreja de Anderson.

Em entrevista recente, Anderson, 56, lembrou que escondeu sua sexualidade de 1983 a 1990, quando renunciou depois de um casal descobrir que ele era gay e tentar usar as informações contra ele.

"Esse foi realmente o melhor e o pior momento da minha vida", disse Anderson. "Foi o melhor porque eu era capaz dizer, pela primeira vez, quem eu era. Mas havia também a tristeza de deixar o que eu amava."

MUDANÇAS NA IGREJA

A Ordenação na Igreja Presbiteriana foi possível graças a décadas de debate se pessoas abertamente gays deveriam ser autorizadas a servir na igreja.

A concessão se deu graças a mudança na constituição da igreja que exigia do clero "na fidelidade dentro do casamento entre um homem e uma mulher, ou a castidade no celibato."

A Assembleia Nacional Presbiteriana dos Estados Unidos aprovou retirar essa regra no ano passado.

VIDA DE SCOTT ANDERSON

Anderson sentiu o chamado para o ministério, quando ele estava no segundo ano na escola, vários anos antes de se tornar consciente de sua preferência sexual.

Na época, ele não estava convencido de sua decisão de carreira. Ele estudou ciência política na Universidade da Califórnia e pensou em estudar direito. Finalmente, ele se decidiu pelo seminário.

"No meu primeiro ano lá, eu me apaixonei por outro homem", disse ele. "Naquele momento eu tive que tomar uma decisão: seguir o chamado e ficar no armário, ou sair e ser honesto sobre quem eu sou e deixar o seminário?"

Nesse ponto, o chamado foi forte o suficiente para que ele permanecesse. Mas quando ele foi forçado a sair, ele ficou em tumulto emocional.

O pastor esperava encontrar a raiva e rejeição, quando disse a sua congregação que iria sair, talvez para pós-graduação. Em vez disso, ele recebeu amor e afirmação -- juntamente com um cheque para cobrir todos os dois anos de escolaridade.

Ele passou um ano longe da igreja, conhecendo-se como homem gay. Seus pais ficaram chocados no início, mas se tornaram mais favorávei; à medida que perceberam que Scott era a mesma pessoa que sempre tinham conhecido.

Anderson permaneceu ativo na vida da igreja, e agora é diretor-executivo do Conselho de Igrejas Wisconsin em Sun Prairie, perto de Madison.

Sua ordenação significa que ele vai continuar fazendo exatamente o que ele faz, mas oficialmente. A única mudança será administrar os sacramentos como a comunhão. Ele também poderia se tornar um ministro da paróquia -- ele disse que pode considerar a ideia em três ou quatro anos.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

Jovem gay é torturado por pai religioso para "curar" homossexualidade

Foi divulgado esta semana um vídeo do projeto "I'm From Driftwood", que percorre vários estados do EUA para coletar histórias de homossexuais que ainda são mantidas à margem da sociedade.com, com o depoimento de Samuel Brinton.

No vídeo, Brinton relata as torturas que seu pai lhe infligiu para deixar de ser gay. Segundo ele, o pai, que é missionário da Igreja Batista, o queimou, espancou e deu choques com correntes elétricas.

Brinton contou que sua família, que vive em uma base missionária em Iowa, percebeu que ele era gay aos 12 anos. Em dada ocasião, o jovem disse ao pai que se sentia mais atraído por um amigo do que pelas modelos da revista "Playboy". O pai, então, o espancou e ele teve que ser internado por conta dos ferimentos.

O rapaz também relatou que seu pai lhe disse que ele era o único gay existente e que se o governo descobrisse a sua orientação sexual, iria assassiná-lo. Brinton já foi hospitalizado seis vezes por conta das sessões de tortura que o seu pai lhe obrigava a passar. Aos médicos, o pai sempre dizia que ele havia sofrido algum tipo de acidente.

Várias foram as formas de tortura que Samuel Brinton sofreu. Entre elas, cubos de gelo eram colocados sobre o seu órgão genital, enquanto imagens de homens eram mostrada; agulhas eram colocadas embaixo de sua unha e emitiam choques quando Samuel se excitava com as imagens de homens fazendo sexo. A intenção do pai era fazer com que o filho ligasse a atração por homens à dor.

Nos piores momentos, Brinton conta que pensou em se matar. Em certa ocasião, decidiu se jogar de um prédio de três andares. A sua mãe, ao tentar dissuadi-lo da ideia, disse que se ele "virasse" heterossexual ela voltaria a amá-lo.

O jovem fingiu por um tempo que era heterossexual e os seus pais o aceitaram. Quando entrou na universidade contou a verdade para os seus pais, desde então, nunca mais se falaram. Brinton diz que a oportunidade deles se redimirem e pedirem desculpas está aberta e que ele aceitaria.

Confira abaixo o vídeo com o depoimento de Samuel Brinton.